Moçambique está sob água há vários dias e não estou falando de uma "chuvinha boba" que causa transtornos em nossos dia a dia. Falo de um cinclone - IDAI.
Falo de uma catástrofe nunca vista (pelo menos que soubéssemos) e que o mundo não tem idéia ou "deixa passar", pois afinal é África e o que nos importa este continente né?
Até ontem (dia 23 de março) a contagem estava assim: aproximadamente 500 vítimas mortais (lógico que esse número irá aumentar em muito) isto em um universo até agora, de mais ou menos 560 mil pessoas atingidas.
Como boa parte de algumas cidades ainda estão submersas, o socorro vindo pelos ares (ajudas principalmente de órgãos governamentais) tem uma grande dificuldade de chegar: quando conseguem pousar a fila de espera/esperança é imensa e em menos de dez minutos os aviões são descarregados.
Se viessem em caminhões chegariam mais ajuda, porém não há estradas.
Ver imagens de seres humanos - crianças então é cortar o coração - raspando panelas; pessoas bebendo e comendo peixes contaminados pescados em águas aonde cadáveres já estão em avançado estado de podridão; sem lugar certo para seus dejetos e os que estão ainda resistindo (pelo menos aparentemente) com olhar perdido: quase zumbis eu diria é como um soco no estômago.
Me causa desconforto lembrar que "ninguém" colocou a bandeira do país em sua página nas redes sociais e nem pintou sou rosto.
Não tomaram prá si, as dores do continente Africano - como fizeram e continuam fazendo, com outros países, na Europa quase sempre, notadamente de pessoas "brancas" - França, Itália, etc.
Parece que o continente Africano - neste caso específico - não existe.
Os tais "ungidos/escolhidos" religiosos não comentam nas redes - mas enchem tua paciência diariamente com salmos, orações e outras coisas por que precisam se afirmar e provar para todos que são superiores. Aff!
Por fim, espero que Moçambique consiga pelo menos dar uma dignidade aos seus, pois de sofrimento
creio que eles já estão bem calejados, cansados.
As ajudas estão chegando mas ainda em passos lentos.
E que o Universo os proteja.
Assim seja.
